Você também é crente — mesmo que diga que não.
Crente não é só aquele que vai à igreja, levanta as mãos e diz “amém” no final da oração. Crente, no fundo, é todo aquele que acredita em alguma coisa. Qualquer coisa.
Tem gente que crê na ciência como se ela fosse uma divindade. Outros acreditam em energia, universo, signos, ancestralidade, filosofia, política… até o ateu, pra ser ateu, precisa crer que Deus não existe. Ou seja: ele também é crente. Mesmo que não goste do rótulo.
Mas aí vem o problema.
Com o tempo, o mundo foi distorcendo o significado de o que realmente é ser um crente. Reduziram a palavra a um estereótipo: o “evangélico fanático”, “religioso demais”, ou alguém que “não pensa por si”. Só que isso não tem nada a ver com o que a Bíblia ensina.
A verdade é que o termo “crente” carrega um peso muito maior do que muita gente imagina — e a confusão em torno dele tem afastado pessoas da fé, da verdade e de Jesus.
Por isso, nesta carta, vamos colocar tudo no lugar. Com base na Palavra de Deus, vamos entender o que realmente significa ser um crente de verdade.
E acredite: isso pode mudar a forma como você enxerga a sua fé. Ou até revelar que você nunca foi aquilo que achava ser.
O que Significa ser Crente?
A palavra “crente” vem do verbo crer, que significa acreditar, confiar, ter fé em algo ou alguém. Ou seja, tecnicamente, todo mundo é crente em alguma coisa. Até o ateu, como havia falado anteriormente, para ser ateu, precisa crer que Deus não existe. Ou seja, crer é o ato de acreditar em alguma coisa, inclusive na mentira.
Na linguagem do dia a dia, principalmente no Brasil, o termo “crente” acabou se tornando sinônimo de evangélico. Quando alguém diz “fulano virou crente”, geralmente está dizendo que ele começou a frequentar uma igreja evangélica. Mas essa é uma visão cultural, limitada e até confusa do verdadeiro sentido da palavra.
Na Bíblia, ser crente não é apenas acreditar que Deus existe. É entender o que essa fé exige de quem crê. Crente, segundo a Escritura, é alguém que acredita com o coração, confessa com a boca, e vive de acordo com aquilo que crê.
Jesus não chamou as pessoas apenas para crerem Nele. Ele chamou para negar a si mesmas, tomar a cruz e segui-Lo (Lucas 9:23). Ou seja, crer em Deus de verdade vai muito além de ter uma opinião espiritual. Envolve entrega, obediência e transformação de vida.
O que é ser um Crente Segundo a Bíblia?
Ser crente, segundo a Bíblia, não é dizer “eu acredito em Deus” e seguir a vida como se nada tivesse mudado. Crer, na visão bíblica, é confiar, se submeter e obedecer. É se posicionar com a vida, e não apenas com palavras.
Muita gente acha que tem fé só porque acredita que Deus existe. Mas, os demônios, que já estão condenados ao inferno, também creem em Deus. Logo, isso significa que ser crente não garante salvação.
“Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem, e estremecem”
Tiago 2:19
Eles não têm dúvida da existência de Deus. A diferença é que eles não se rendem, não obedecem, não seguem. Isso mostra que crer, no sentido bíblico, é muito mais profundo do que apenas acreditar.
Existe uma fé cultural, que serve só pra dar um ar espiritual à vida. É aquela fé genérica que diz: “Eu creio em Deus, mas cada um tem sua verdade”. E existe a fé bíblica — que transforma. Que gera arrependimento. Que muda pensamentos, atitudes, desejos, prioridades. Que forma discípulos, e não apenas frequentadores de culto.
Ser crente de verdade não é só frequentar uma igreja. É nascer de novo. É deixar de ser senhor da própria vida e reconhecer que só existe um Senhor — Jesus Cristo. É abrir mão das suas crenças humanas e viver o evangelho obedendo seus princípios.
Qual a diferença de Crente e Cristão?
Existe diferença entre crente e cristão? Sim, existe — e das grandes.
Crente é qualquer pessoa que acredita em algo. Ponto. Você pode ser crente em Deus, crente no universo, crente no destino, crente na ciência… (Já falei e repito), até o ateu é crente, porque para ser ateu ele precisar crer que Deus não existe. Isso já coloca ele na categoria de crente, mesmo sem perceber.
Agora, cristão é outra história. Cristão é quem segue a Cristo. É quem decidiu viver como Jesus viveu. É quem carrega o nome Dele não só na boca, mas no comportamento. Em Atos 11:26, foi em Antioquia que os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez. Por quê? Porque pareciam com Cristo. Era visível. O jeito deles viverem apontava diretamente para Jesus.
Dito isso: nem todo crente é cristão. Mas todo cristão, com certeza, é um crente genuino. Porque não tem como seguir Jesus sem crer Nele. Só que o verdadeiro cristão não fica só na crença. Ele anda como Jesus andou (ou pelo menos tenta, afinal ninguém é perfeito). Ele se preocupa com aquilo que Jesus se preocupava. Ele ama o que Jesus ama. Ele odeia o pecado. Ele é diferente.
A Bíblia é clara: a fé sem obras é morta (Tiago 2:17). Não adianta dizer “eu sou crente” se a sua vida contradiz tudo o que Jesus ensinou. Se a sua fé não move suas atitudes, ela é só teoria, uma seita, uma religião. E teoria não salva ninguém.
Se você se considera um crente, a pergunta mais honesta que você pode se fazer agora é: minha fé me faz parecer com Cristo? Porque só isso separa um crente comum de um cristão verdadeiro.
Em que o Crente Verdadeiro Acredita?
Se tem uma coisa que define o crente verdadeiro, é aquilo em que ele acredita — ou melhor, em quem ele acredita.
Primeiro, o crente de verdade crê no Deus que se revelou na Bíblia: Pai, Filho e Espírito Santo. Um só Deus, em três pessoas. Não é um “ser superior genérico”, não é “o universo”, nem “uma força cósmica”. É o Deus vivo, o mesmo que criou o céu e a terra, libertou Israel, enviou Jesus e hoje habita nos que creem por meio do Espírito Santo.
Ele também crê que Jesus é o único caminho até Deus. Não um dos caminhos. O único. Jesus foi claro em João 14:6:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Não dá pra dar um “jeitinho”. Não é por boas ações, religião, energia positiva ou frequência na igreja. É por meio da fé em Jesus, o Filho de Deus que morreu e ressuscitou para nos salvar.
O crente verdadeiro também crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, com autoridade absoluta sobre tudo. Ele não vive guiado por opinião, moda ou cultura. Ele se submete ao que Deus diz, mesmo quando isso confronta suas vontades.
Além disso, ele crê na promessa da vida eterna, na justificação pela fé (ou seja, somos salvos não por merecimento, mas por graça) e na transformação operada pelo Espírito Santo. O crente de verdade não fica do mesmo jeito. Ele muda. Ele é moldado por dentro. Os frutos do Espírito vão aparecendo aos poucos — amor, paz, domínio próprio, mansidão…
Ou seja, ser crente não é apenas dizer “eu acredito em Deus”. É ter uma fé que transforma. É confiar, obedecer e seguir a verdade revelada em Jesus. Não existe uma vez salvo sempre salvo. Ou você renuncia o seu ”eu” egocêntrico e vive a Palavra, ou você será só mais um dos que ouvirá de Cristo ”apartai-vos de mim que não vos conheço”.
Como Reconhecer um Falso Crente?
Ser crente não é saber usar o vocabulário evangélico, nem ter uma Bíblia de capa dourada embaixo do braço. Também não é saber cantar os hinos de cor, frequentar todos os cultos ou até operar milagres. Jesus mesmo disse:
“Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?’ Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.”
Mateus 7:22-23
Sabe o que isso mostra? Que até um falso profeta pode parecer um crente verdadeiro. Pode falar bonito, orar alto, se emocionar com facilidade… mas é só um lobo disfarçado de ovelha.
A Bíblia nos ensina como identificar esse tipo de pessoa:
“Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?”
Mateus 7:16
Ou seja, a árvore pode até estar no meio do pomar, mas só quem produz fruto bom é que está conectada à raiz certa. E esse fruto não são os dons. Não é falar em línguas, curar enfermos ou pregar bem. É o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
O falso crente não tem esses frutos. Ele até tenta imitar, mas não sustenta. Uma hora o disfarce cai. Ele vive de aparência, de religiosidade, de misticismo. Fala de Deus, mas não vive com Deus.
Jesus também nos alertou sobre eles:
”Ao ensinar, Jesus dizia: ― Cuidado com os mestres da lei. Eles gostam de andar com roupas especiais, das saudações nas praças, dos assentos mais importantes nas sinagogas e dos lugares de honra nos banquetes. Devoram a casa das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações. Esses homens serão punidos com maior rigor!”
Marcos 12:38-40
Esses são os que fazem questão de serem vistos. Gostam de sentar nas primeiras fileiras, de parecerem espirituais, de dizerem que “oram muito”, que “sentem muito” — mas o coração está distante. Honram a Deus com os lábios, mas vivem para si mesmos.
E como saber se alguém é crente verdadeiro ou falso? Simples: observe o comportamento à luz da Palavra. Não se deixe levar por gritaria, emoção ou paletó bonito. Veja se há fruto. Veja se há humildade. Veja se há amor de verdade.
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.”
João 13:35
É aí que mora a verdade. O crente verdadeiro ama. E esse amor não é só por quem concorda com ele. Ama até quem o persegue. Perdoa, serve, se cala, se humilha. E tudo isso sem fazer alarde.
Portanto, se quiser saber se alguém é um crente de verdade — ou se você mesmo é —, não olhe para os dons. Olhe para os frutos. Observe se a pessoa é realmente batizada pelo Espírito Santo.
Como ser um Crente Verdadeiro?
Agora que ficou claro o que não é ser crente, a pergunta que resta é: como ser um crente de verdade?
A Bíblia dá a resposta com clareza:
“Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
Romanos 10:9
Ser um crente verdadeiro começa no coração e se revela na confissão. Mas não para aí. A fé verdadeira produz transformação. Ela gera arrependimento, novo nascimento, e uma nova forma de viver.
Jesus disse:
“Em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.”
João 3:3
Esse novo nascimento não é emocional. É espiritual. É o Espírito Santo entrando na vida da pessoa, quebrando o velho homem e formando um novo. A partir daí, o crente passa a viver de outro jeito: com sede da Palavra, desejo de agradar a Deus, vontade de obedecer.
Ele erra, sim. Mas não vive no erro. Ele cai, mas levanta. Ele luta contra o pecado, busca a santidade e sabe que sem o Espírito Santo, não consegue nada, e por isso se reveste da armadura de Deus todos os dias.
Ser um crente verdadeiro é andar com Cristo todos os dias. Não é viver de aparências. É viver em comunhão, humildade, obediência. E isso não se aprende com livros de autoajuda ou palestras motivacionais.
É só Deus que faz.
Qual a Diferença Entre Crente, Católico, Evangélico e Outras Religiões?
Muita gente confunde as coisas. Quando ouve a palavra crente, já pensa logo em “evangélico”. Mas na prática, a coisa não é tão simples assim.
Crente é todo aquele que acredita em algo. Pode ser um católico, um evangélico, um espírita, um budista etc… A questão não é se você crê, mas em quem você crê.
Ser “crente” virou um rótulo cultural, especialmente no Brasil. Mas bíblicamente, ser crente vai muito além de frequentar uma igreja, seguir tradições ou se identificar com uma religião.
O que separa o verdadeiro crente dos demais não é a placa da igreja, mas a fé genuína em Jesus Cristo como único Salvador:
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”
Atos 4:12
A verdade é simples: religião não salva. Cristo salva.
Você pode ser religioso, praticante, até bem intencionado… e ainda assim estar longe da verdade. Porque a fé que agrada a Deus é aquela que nasce do arrependimento, da entrega, da confiança total em Jesus — e não em doutrinas humanas ou rituais religiosos.
Conclusão: Crer é só o começo. Viver como Cristo é o Chamado.
Ser crente de verdade não é só levantar a mão no culto, nem decorar versículos de cor. Também não é dizer “amém” mais alto, nem postar frase de efeito no status.
Crer é só o começo.
A fé verdadeira aparece no dia a dia. No jeito de tratar as pessoas. Na forma como você responde quando é injustiçado. No que você faz quando ninguém tá olhando.
Jesus não chamou ninguém pra só acreditar Nele. O convite sempre foi pra seguir Seus passos.
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e siga-me.”
(Lucas 9:23)
Não basta ser “crente de nome”. É preciso viver como discípulo.
E discípulo é aquele que aprende, obedece e se parece com o seu Mestre.
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A verdade liberta. E a fé, quando é viva, transforma.
